MOSTRA DE DESIGN NA UNIVERSIDADE LUSÍADA PORTO

12/06/2003 9:06

Está patente até ao dia 18 de Junho, no Atelier de Arquitectura e Design da Universidade Lusíada Porto, uma mostra dos trabalhos realizados na Licenciatura em Design Industrial ao longo do ano lectivo de 2002/2003.

MOSTRA DE DESIGN NA UNIVERSIDADE LUSÍADA PORTO

A investigação realizada pelos alunos ao longo do desenvolvimento dos trabalhos, reflecte-se na qualidade dos produtos em exposição, de que se destacam os protótipos realizados em colaboração quer com o INEGI, com empresas que trabalham em parceria com a Universidade — nomeadamente a JNF e a Cerâmica de Valadares — e as propostas premiadas em Concursos de âmbito nacional, o que reveste este evento de grande interesse pedagógico e científico, na medida em que ele pretende partilhar experiências e aprofundar o intercâmbio entre a Universidade, a Indústria e a Comunidade em geral. O 5º ano da Licenciatura promove, quer através das temáticas abordadas quer através da orientação prestada ao desenvolvimento dos exercícios, um contacto estreito com situações de rigor, próximas da prática profissional. Neste sentido, os alunos finalistas desenvolveram ideias inovadoras, no que respeita à forma e à decoração, no domínio dos serviços de louça, tendo sido atribuída especial importância ao respeito pela vertente ergonómica — relação objecto, tarefa, usuário — e à exploração de fontes de inspiração criativas — o nenúfar, a bolota, o dominó, entre outros — o que permitiu renovar a imagem pré-concebida das peças constituintes dos serviços de jantar, de chá e de café. A supressão da pega nas chávenas e a exploração do carácter multifuncional das peças foram duas das vertentes exploradas. A interdisciplinaridade que caracteriza a Licenciatura permitiu que os serviços projectados na disciplina de Design V fossem prototipados pelos seus autores em Oficinas II, cadeira que é leccionada no INEGI, ao abrigo do protocolo de colaboração existente entre este organismo e a Universidade. A concretização de protótipos aproxima os alunos do produto, obrigando-os a reflectir sobre a viabilidade dos seus projectos no que respeita aos materiais e às técnicas de produção. A participação no Concurso de Design Schréder, “Lighting The City Of Tomorrow” , promovido pelo Centro Português de Design e pela multinacional belga Schréder, foi outro dos exercícios realizados pelos alunos do 5º ano. Como resposta às solicitações do Concurso, os alunos materializaram propostas para pontos de luz destinados ao espaço urbano que respeitassem as condicionantes técnicas e simultaneamente trouxessem uma nova abordagem aos elementos que caracterizam a imagem das cidades. Adérito Soares obteve, neste concurso, uma Menção Especial com o ponto de luz “Organis”, tendo-se inspirado para a sua criação no mundo vegetal, querendo transferir à cidade um sentido mais orgânico. No âmbito deste Concurso foram, ainda, seleccionados nove trabalhos de alunos da Universidade Lusíada do Porto para integrarem uma Exposição que se encontra patente no CPD (Centro Português de Design) e o catálogo da empresa. Os alunos do 4º ano desenvolveram, no âmbito de uma parceria estabelecida com a empresa JNF, uma gama de puxadores e outra de acessórios de quarto de banho em aço inoxidável. A referida parceria permitiu aos alunos contactarem com as condicionantes dos métodos de produção e as aspirações do mercado. De entre as gamas propostas, foram seleccionadas duas —ressaltando-se de entre estas um puxador fotoluminiscente — que serão materializadas e apresentadas nas Feiras de Design em que participará a JNF. No 3º ano é dada primazia aos estudos de caso, tendo sido, este ano, dada importância à reflexão em torno do design enquanto factor de promoção da qualidade de vida dos cidadãos. Assim sendo, o primeiro exercício proposto orientou-se para a descoberta dos sentidos, tendo sido desenvolvidos objectos destinados à estimulação sensorial. Como segundo exercício, em colaboração com a Cerâmica de Valadares, foram propostas peças sanitárias vocacionadas para utilizadores com necessidades específicas ou dificuldades de locomoção, como é o caso dos idosos. O design inclusivo — mais precisamente “o gesto sem mãos” — foi o tema de um dos trabalhos realizados pelo 2º ano, tendo os alunos recriado determinados produtos de uso quotidiano, simulando a sua utilização por usuários desprovidos de algumas das suas capacidades motoras. Entre os trabalhos realizados sob este tema destaca-se a aplicação de uma cinta plástica nos pacotes de arroz e de leite destinada a permitir o agarramento e o manuseamento sem o uso dos dedos. O papel como matéria prima foi o tema de outro dos desafios colocados a estes alunos, tendo sido materializados, à escala natural, abrigos individuais ou máscaras, suportados pelo corpo do próprio aluno. De entre estes trabalhos ressalta-se um véu, criado com o objectivo de proteger uma noiva em dia de chuva, chapéus planificáveis e montáveis para dias de sol, “carapaças” para os sem-abrigo e um camuflável destinado a dissimular os fotógrafos da vida selvagem. Os alunos do 1º ano exploraram o desenho e as maquetas, enquanto meios de projecto, metamorfoseando estruturas geométricas em artefactos destinados a tarefas quotidianas, de que são exemplo um saco destinado a albergar roupa suja separada por cores e uma cruzeta multifuncional, baseada no canivete suíço. Deve-se, ainda, referir que o expositor, os bancos e as mesas que suportam a mostra, construídos em cartão, assim como a organização do espaço, foram projectados e materializados pelos alunos do 5º ano. A sinaléctica que encaminha os visitantes ao longo do campus até ao Atelier foi projectada e materializada pelos alunos do 3º ano.