Aula Aberta sobre o papel da psicologia na proteção de crianças e jovens

No dia 30 de outubro, decorreu, na Universidade Lusíada (Porto), uma Aula Aberta dedicada ao tema “O acolhimento residencial e o sistema de proteção de crianças e jovens portugueses”, no âmbito da unidade curricular de Psicologias Aplicadas, do 3º ano da Licenciatura em Psicologia.  

 

A sessão foi dinamizada pela Doutora Sónia Rodrigues, que partilhou a sua experiência, investigação e reflexão sobre os desafios e realidades do acolhimento institucional em Portugal.

 

Durante a aula, foram abordadas diversas questões centrais, nomeadamente a evolução histórica dos direitos das crianças e a mudança do conceito de infância ao longo do tempo, partindo de uma reflexão sobre o primeiro caso documentado de intervenção por maus-tratos infantis, ocorrido nos Estados Unidos, em que a proteção da criança foi enquadrada pela Lei de Proteção dos Animais.

 

Foram também abordadas as diferenças nas práticas parentais entre países, com destaque para os modelos que privilegiam uma educação não violenta e não punitiva. Exploraram-se, ainda, dados sobre o sistema de proteção nacional, problematizando e desmistificando questões-chave associadas, como por exemplo, os motivos que podem justificar a retirada de uma criança ao seu contexto familiar, como a negligência emocional e seu impacto, abordando-se também a noção de experiências adversas precoces e o impacto cumulativo dos fatores de risco, bem como a relevância dos fatores de proteção na recuperação e desenvolvimento saudável das crianças.

 

A oradora ilustrou a sua intervenção com a sua experiência na investigação, supervisão e intervenção no sistema de proteção, evidenciando situações que revelam a complexidade e a sensibilidade do acolhimento residencial.

 

A iniciativa permitiu às/aos estudantes aprofundar o conhecimento sobre o sistema de proteção de crianças e jovens, bem como refletir sobre os desafios éticos e emocionais inerentes à intervenção neste domínio. A aula constituiu uma oportunidade de aprendizagem que estimulou a reflexão crítica, promoveu o diálogo entre teoria e prática e reforçou o compromisso de futuros profissionais de Psicologia com a defesa dos direitos e do bem-estar das crianças e jovens.